O dólar à vista fechou a semana cotado a R$ 5,4795.
O discurso de Powell em Jackson Hole na última sexta-feira pressionou a moeda norte-americana para baixo, sinalizando com certeza o início dos cortes de juros nos EUA em setembro. Nosso mercado já estava antecipando esse movimento. As declarações de Campos Neto e Galípolo ao longo da semana passada também fortaleceram o real, trazendo à tona a possibilidade de um aumento dos juros aqui no Brasil. Será essencial acompanhar os dados que serão divulgados no calendário econômico desta semana.
Outros fatores externos também precisam ser considerados, como o crescimento da China, questões geopolíticas envolvendo conflitos entre Israel e os países do Oriente Médio e as eleições nos EUA. No cenário doméstico, nossas preocupações continuam as mesmas: as falas do presidente Lula minimizando os gastos e as direções da política fiscal e tributária.
Entramos na última semana de agosto com a decisão da Ptax de fechamento de mês e assimilando o cenário de cortes de juros nos EUA (ainda falta precificar a magnitude) e a possível manutenção ou elevação da Selic por aqui. O que está influenciando o câmbio agora é o tamanho do carry trade(diferencial de juros).
De qualquer forma, o resultado dessa equação tende a favorecer o real. A dúvida é se o mercado já está apostando em um corte de 0,25 ponto percentual nos EUA e manutenção aqui, ou se esse cenário já está refletido na taxa de câmbio atual devido ao efeito “expectativa”. Dependendo das próximas decisões de juros, pode haver turbulências no dólar. O Brasil sempre reage de forma exagerada, tanto para o bem quanto para o mal. Entre os mercados emergentes, somos um dos mais voláteis e difíceis de prever apenas com base em dados.
Vamos acompanhar.
No calendário econômico de hoje, no Brasil, teremos a divulgação da confiança do consumidor de agosto, IED de julho e o tradicional Boletim Focus. Nos EUA, destaque para os pedidos de bens duráveis de julho.
Desejo a todos bons negócios!